07/12/2007

9. Tannat (Bodegas Carrau)

Você confiaria numa família que há 250 anos está no mesmo ramo de negócios? Eu também. Javier Carrau, que comanda a uruguaia Bodegas Carrau, esteve no Brasil à frente de uma pequena, e excitante, degustação de exemplares de seus rótulos. Sua família comprou os primeiros vinhedos na Catalunha (Espanha) em 1752. Desde então, e por nove gerações, os caras produzem vinho. No Uruguai, para onde imigrou, a grife Carrau se destaca por apostar em tecnologia, mas sempre aliada a uma postura artesanal. Isso significa que o foco não é a quantidade. São vinhedos com baixa produção de litros por hectare, o que costuma garantir safras melhores. E, apesar da produção limitada, suas garrafas têm ótimos preços. Dos vinhos degustados, indico três:

Castel Pujol Tannat de Reserva 2003
Tannat é tanino. Sim, são vinhos que “pegam” na boca. Ideal para pratos fortes. Pense na zaga do Peñarol numa cobrança de escanteio. É quase a mesma coisa... Este passa 14 meses em barricas (1/3 do tempo em barricas novas e 2/3 em velhas, o que ameniza os taninos). Teor alcoólico: 13,5%. Faixa de 50 reais.

Amat Tannat 2002
Recém-eleito pela reevista Wine Spectator o melhor tannat do mundo. Eleições são sempre duvidosas, ok, mas este vinho merece o título. Foram 24 anos de pesquisas para chegar a um exemplar em que o tanino aparece sem amarrar a boca. São 16 meses de barrica e outros 12 meses de garrafa, antes de ir para o mercado. Pode comprar e abrir. Pode comprar e guardar. Ele se sai bem sempre. Teor alcoólico: 14%. Na faixa de 95 reais.

Castel Pujol Sauvignon Blanc Sur Lie 2005
Este branco é para fazer sua garota te amar mais quatro meses, por baixo. Teor alcoólico: 13%. Perto dos 50 reais.

Publicado na revista VIP (agosto/2007)

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