12/06/2009

65. Marina di Vietri

Italiano tradicional, que preza a mesa como preza a família e um terno bem cortado. Sua cozinha é definida como autêntica e vigorosa? O que seria isso? Bem, ingredientes de qualidade aliados a uma técnica clássica que busca realmente trazer da parte sul da Itália os sabores que se encontram na parte sul da Itália. Algo como um carro com motor V8. Marina di Vietri é uma cidade litorânea ao sul de Nápoli. Por isso a dica está dada: peça os pratos que mexem com frutos do mar. Funciona de terça a domingo no almoço e terça a sábado no jantar. Rua Comendador Miguel Calfat, 398. Na quarta à noite, eu e Signora P. fomos no mesmo espaguete ao vôngole. É de sujar -- e lamber -- os dedos. E não se intimide: no final, pegue o pão italiano e enxugue o caldo que sobrou no fundo do prato. Faz parte do ritual, por favor.
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Ambiente. Simples, como se dissesse, "preocupe-se apenas com o que será servido, não com o que será visto". Disso eu gosto, mas a TV pendurada na parede eu dispensaria. 7.0/10.0
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Atendimento. Sabe brigada de garçom à antiga, nada de moçada muderna? É por aí. Simpáticos, atenciosos, conhecedores profundos do cardápio na parte prato, mas não na parte bebidas. 7.5/10.0
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Cozinha. Um restaurante que te transporta. É isso que busco na cozinha, uma viagem. Algo que me transporte no tempo (para a infância, por exemplo) ou no espaço (para outro país). O Marina te joga na Itália. Não é a Itália em São Paulo, é você na Itália. Não sei se dá para explicar de outra forma. Pedimos espaguete ao vôngole. A abundância do prato contrasta com a sutileza do sabor. O vôngole está lá, o gostinho de mar está lá, mas o espaguete também está lá, os temperos estão lá, e ninguém briga com ninguém. Equilíbrio à perfeição. E as entradas, com berinjela, abobrinha e cebolinhas temperadas? Meu Deus! 25.5/30
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Final: 40.0/50.0 Média = 8.0

64. Vito

Neizão Montes me indicou. Tem 11 meses e fica na Vila Beatriz, o lado menos 'personalidade' da Vila Madalena. É pequeno. Muito pequeno. Tem nove mesas e segura 27 lugares (cinco mesas para duas pessoas, uma para três pessoas, duas para quatro pessoas e uma para seis). Funciona de segunda a sábado para almoço e de terça a sábado no jantar. Rua Pascoal Vita, 329, tel. 11 3032.1469. Na quinta, feriado, estive lá com Signora P. Voltaremos.
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Ambiente. Intimista é pouco. Você fica naquele limite tênue, mas ultrapassado, de que a mesa do lado escuta a sua conversa. Esse é o senão. Mas de resto é bem bacaninha, aconhegante e muito organizado para o minúsculo tamanho. 7.5/10.0
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Atendimento. Simpático e eficiente. É esse o binômio que deve imperar. E aqui impera. 8.0/10.0
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Cozinha. Ao que importa. Para começar, pedi meia porção de linguine com vôngole e pancetta -- foi bom para comparar com o espaguete com vôngole que havia pedido na noite anterior no Marina di Vietri (veja post 65). Signora P foi de salada com queijo de cabra. No principal, ela foi no básico (sempre pratos bons para avaliar os lugares): espaguete à bolonhesa. Sem ressalvas -- temperatura, consistência e apresentação corretas; sabor, não surpreende, mas encanta. Eu fui de pancia di maiale, barriga de porco recheada servida com risoto de maçã verde. Novamente, temperatura, consistência e apresentação corretas. Sabor? Surpreende. Vale a visita. Na carta, que não é extensa, mas traz bons rótulos, fomos de Rívola, espanhol de excelente margem para a gente e não para o restaurante: R$ 110 na carta (R$ 96 na importadora). 25.5/30.0
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Final: 41.0/50.0. Média = 8.2