17/01/2010

66. La Rita all'Osteria dei Venitucci

Ando muito relapso com o blog. Poderia culpar a rotina. Mas se há culpa, é minha mesmo. E como culpa só se apaga com vingança boa, lembrei do La Rita. A história um bocado de gente já sabe. Vincenzo Venitucci, italiano que aportou no Brasil nos anos 80, começou a servir comida de sua terra na própria casa, um sobrado em Perdizes (São Paulo/SP), uma das pontas daquele pedaço que vem da Lapa, passa pela Vila Romana e Pompéia e forma um dos redutos da italianada na cidade. Logo virou aclamado restaurante. E a fama de Vincenzo também corria solta: era brabo, não aceitava combinações de pratos ou vinhos que julgasse incorretas e deixava isso claro à clientela.
Estive lá uma vez, com Signora P, e concordamos: a cozinha era tão diferenciada que se sobrepunha à geniosidade de Vincenzo. Ou era tão diferenciada justamente pela geniosidade de Vincenzo. Enfim, não importa. Fato é que a Casa Venitucci fechou sem muitas explicações. A história que ouvi, e como não pude comprovar não publico, era até meio triste. Bem, mas Vincenzo não sucumbiu e abriu há uns dois anos e meio, em 2007, o La Rita.
As surpresas começaram pela escolha do lugar. Do 'outro lado' do rio, na Zona Norte. Mas não foi nem pros lados mais aclamadinhos da Zona Norte, foi no trecho roots mesmo, na avenida Edgar Facó, que divide Piqueri, Pirituba e Freguesia do Ó. E o resultado é um lugar ao qual eu e Signora P já fomos umas dez vezes. Voltaremos mais.
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Ambiente. Simples, simples, muito simples. Um galpão que poderia ser uma oficina mecânica, mas muito claro, limpo, com cartazes de filmes pelas paredes e a cozinha, totalmente aberta, ao fundo. 7.0/10.0
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Atendimento. Uma brigada atenciosa, mas não totalmente entrosada. De toda forma, é de uma simpatia e receptividade pouco vistas. 7.0/10.0
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Cozinha. Aqui sim o La Rita ganha o jogo. Não importa o que você peça, será surpreendente, será bem feito, será único. Seja nas entradas -- a polenta com fígado de galinha e a língua que fica marinada por dias são pérolas que não se acham por São Paulo --, seja nos pratos -- das pastas às carnes, não há erro. O espaguete ao vôngole é top one para mim. Leve o vinho porque a carta é bem pequena (mesmo!) e a rolha é de apenas 15 reais. Uma dica: peça o acertadíssimo Negroni ao chegar. 25.5/30.0
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Final: 39.5/50. Média = 7.9
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La Rita. Avenida General Edgar Facó, 1127, tel. (11) 3976.0130. Terça a sábado almoço e jantar. Domingo, almoço até 17h.

Um comentário:

Jorge Ramiro disse...

A Rita! Excelente. Seus pratos, os mais ricos. Os proprietários têm alguns restaurantes em perdizes. Eu os conheço. Eles são boas pessoas.