05/01/2008

29. La Frontera (rest)

Quem me apresentou o La Frontera foi Signora P, em julho de 2007. O restaurante já existia havia um ano (abriu em 2006), mas a sensação era de que encontrara a mão naquele instante. Isso é comum -- e costuma demorar mais que um ano. Bem, voltamos lá outras três vezes. Nas três primeiras, fiz algo que não recomendo e que não costumo fazer: pedir o mesmo prato. Mas era mais forte que eu. A paleta de leitão, que passa três horas assando vem com uma suave casquinha crocante e purê, é deliciosa. Na última visita, tentei algo muito básico, para avaliar a cozinha num prato quase operário, o galeto. Estava correto, mas muito distante da saborosa paleta. Ao La Frontera (rua Coronel José Eusébio, 105, Higienópolis. Tel 3159.1197):
Ambientação. Entrar naquele sobrado de esquina escondido atrás do cemitério da Consolação vale a visita. A decoração é acertada ao não ter forçado a caracterização "à antiga", e o ambiente à noite torna-se interessantemente equilibrado, bem descontraído com certo toque de austeridade. Percebe-se o conceito "menos é mais", o que quase nunca dá errado. Como contraste a esse clima "restaurante noir", um janelão retangular no fundo do salão descortina a cozinha. Enfim, entro lá e pareço ser transportado a um endereço paulistano dos anos 40. Uma boa escolha é a mesa junto ao janelão em diagonal, à esquerda de quem entra.
Atendimento. A casa virou sucesso, então saiba que pode encontrar espera. A brigada é gentil e atenta. Sempre gentil e quase sempre atenta.
Cozinha. Está evidente no cardápio a preocupação de atender também quem não quer carne. Explica-se: o La Frontera é da mesma dona do tradicional portenho Martin Fierro, restaurante de carnes da Vila Madalena, e queria deixar explícito que sua nova casa não era uma extensão caprichada da antiga. Acertou. Os peixes são tão cuidados quanto a massa e as carnes. Signora P, em nossa última visita, pediu tagliatelle com linguiça apimentada -- saborosíssimo. Antes, abrimos os trabalhos com a entrada de grão de bico e queijo de cabra e outra com tomates e presunto cru. Fui de galeto. Para acompanhar, o português Herdade do Peso Colheita 2003.
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Relação vinho x importadora (ótima: 11% a 20% mais caro):
Herdade do Peso Colheita 2003 (produtor Sogrape)
19% mais caro na carta (101 reais) que na importadora (85 reais em 5.1.2008)

Um comentário:

Anônimo disse...
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